quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Uma Janela para o Passado

22 é ano de Independência:
- 1822 proclamamos nossa independência política e territorial de Portugal
- 1922 sucedeu a independência cultural brasileira

De 11 a 18 de fevereiro de 1922 artistas do Movimento Modernista se apresentaram no Teatro Municipal de São Paulo patrocinados pelos “barões do café”, empresários paulistanos que prosperavam graças à suas plantações de café no interior do estado. Essa semana foi marcada por espetáculos, exposições, concertos e debates sobre a identidade cultural genuinamente brasileira. Os artistas queriam ver-se livre da influência da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro que até então dominou a cena artística sempre seguindo os moldes importados de Portugal. Ao mesmo tempo os empresários paulistas demonstraram, através do seu apoio ao Movimento Modernista, a autonomia econômica de São Paulo, mesmo que o Rio de Janeiro como capital do país ainda detivesse maior poder político.

Foi nesse ano de 1922 que Max Wirth, empresário da indústria téxtil, comprou uma Gleba de terras entre Lins e Marília. Deu-lhe o nome de Fazenda Suissa em homenagem ao seu país de origem. Começou logo a substituir a mata por cafezais e outras lavouras, além de implantar a infraestrutura necessária ao empreendimento.

Max Wirth, Bento de Abreu Sampaio Vidal, Núncio Malzoni, Francisco Junqueira, enfim, muitos foram os pioneiros que desbravaram as matas do interior de São Paulo nessa época, pois as estradas de ferro Noroeste, Sorocabana e Paulista acabavam de alcançar os confins do Oeste Paulista possibilitando o transporte de bens, passageiros e o escoamento das safras futuras

A partir dos feitos de alguns desses pioneiros vamos abrir uma janela para um passado bastante recente. Como consequência da evolução econômica do Oeste Paulista, através da substituição das lavouras de café pela cana e o plantio de eucaliptos, nosso patrimônio construído na zona rural está se apagando. Acreditamos que esse seja o último momento para resgatarmos ou ao menos registrarmos a história dessas construções em extinção.


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