quinta-feira, 16 de junho de 2016

2.Fazenda Suissa e Fazenda Sabiá 1955 a 1985 (5)

2.7 Fazenda Suissa:
As Estruturas Flutuantes de Mestre Mathys
Com a sucessão de gerações houve também uma renovação geral do quadro administrativo. Dr. Pedro buscou Ernst Öhniger, um engenheiro agrônomo suíço dos confins do Cantão de Thurgau, para encabeçar a nova equipe. Sr.Ernesto já trabalhava para o Espólio Max Wirth em Guararapes e veio para a Fazenda Suissa em 1957, com a esposa Dona Eunice e a filha mais velha Lina. Aqui viveram por mais de 20 anos e criaram seus 8 filhos.


Sr. Natal Polizatto trabalhava no Banco Popular em Guaimbê. Como a agência local fechou, Sr. Natal aproveitou o convite de Ernesto Öhniger para assumir a função de guarda-livros na Fazenda Suissa, substituindo Mauro Ebner. Dona Maria, sua esposa, logo que tirou a carteira de motorista em Getulina, recebeu das mãos de Dr. Pedro uma camionete Toyota novinha para conduzir os alunos do ginásio até Guaimbê, já que a escola da fazenda tinha somente as 4 primeiras séries. Não havia temporal nem chuva que segurasse Dona Maria, os alunos e a Toyotinha traçada na estrada barrenta entre a fazenda e a cidade...

 Sr. Olavo Arantes foi fiscal geral da Fazenda Suissa desde 1951 quando mudou da colônia São José para a sede na casa ao lado da farmácia. Ali morou por mais de 20 anos e criou seus 12 filhos. Ele e Rodolfo Wild, engenheiro agrônomo encarregado das lavouras de café, foram fundamentais para a transição administrativa de Ernst Loosli para Ernst Öhninger.

Em 1962 Dr. João, cunhado de Dr. Pedro, buscou uma equipe de construtores na Fazenda Paredão para construir a infraestrutura completa da Fazenda Sabiá que havia sido recém desmembrada. Nessa ocasião o mestre de carpintaria Erwin Mathys e sua esposa passaram à morar na sede velha da Fazenda Suissa onde ele também projetou e construiu três maravilhosas estruturas de madeira, tão leves que parecem flutuar.
A serraria e a oficina mecânica eram de responsabilidade da família de José Penha, que atendeu Erwin Mathys em todas as suas requisições de madeiras e ferragens.


A Nova Cocheira e o Paiol: Atrás da primeira moradia de madeira do pioneiro Max Wirth havia uma cocheira com curral que abrigava tanto as vacas leiteiras como os cavalos de montaria. Todas as manhãs era tirado o leite para consumo dos moradores da sede e se arreavam os cavalos para equipe de administração. A pequena leiteria da sede tornou-se obsoleta. Em seu lugar Erwin Mathys projetou uma bela cocheira só para os cavalos da equipe administrativa.


 Já nos anos de 1970 o carpinteiro Romeu Castilho, aluno do velho mestre Mathys, veio executar o projeto do paiol de milho onde se guardava o suplemento alimentar da tropa. Tanto a cocheira como o paiol são pequenas jóias da arte de construir estruturas leves em madeira.




 A Grande Garagem: Junto com o advento da modernização das lavouras ocorreu uma forte diversificação nas atividades produtivas da fazenda, tais como o plantio de eucalipto e o aprimoramento da pecuária comercial de corte e de leite.

Muitos serviços nos cafezais, principalmente a colheita, ainda eram feitos manualmente. Porém foram comprados pequenos tratores e muitos implementos úteis na mecanização das lavouras de café tais como roço-carpa e pulverizadores.  Para abrigá-los Erwin Mathys projetou uma bela garagem com 8 tesouras de 22metros de envergadura e 620m² de área coberta.


 A Grande Leiteria: Nessa fase de inovação Dr. Pedro importou sêmen de gado-pardo-suíço para melhorar a genética e expandir o rebanho leiteiro. Era necessário construir uma leiteria moderna em lugar mais apropriado que permitiria um manejo adequado de pastagens, já que a velha leiteria estava apertada entre íngreme encosta e as instalações da sede.

O local escolhido para a implantação foi próximo aos currais da antiga Vita Farma onde já havia boas pastagens formadas de capim colonião. Além do galpão de 1.200m² há mangas para apartação do gado e a casa do retireiro conforme o desenho abaixo.