sexta-feira, 16 de outubro de 2015

1.Fazenda Suissa 1925 a 1955 (1)

1.1 Nossas Fontes
Em 1922 iniciou a derrubada da mata e a formação dos cafezais. Por volta de 1925 essa etapa estava concluída com 1.200.000 pés de café em início de produção. Ao mesmo tempo foi implantada a infraestrutura necessária ao funcionamento da empresa. Foi construída a sede, as colônias, estradas de acesso, abastecimento de água e energia.
A partir das construções da sede podemos imaginar como se desenrolava o cotidiano dos moradores da fazenda, mas a imaginação deixa muita margem à imprecisão.

Consultamos então os irmãos Fritz e Ernst Loosli, filhos do primeiro gerente geral e procurador do fundador, ambos nascidos na fazenda.


Max Wirth Junior (1913 – 1991), filho do fundador, deixou suas memórias anotadas em alemão, sua língua materna. Ele passou a infância na Fazenda Suissa e comenta com muito humor e precisão as fotos que ilustram sua crônica.
Max Wirth Junior foi padrinho de batismo de Fritz Loosli.






1.2 A Implantação
Max Wirth Junior escreve:
“A floresta tropical, sombreada e úmida, abriga muitas doenças e quanto mais quente mais insuportável o clima se torna para as pessoas. Livre da floresta o ar seca e a força do sol logo ameniza o clima. E onde o ser humano pode prosperar aí ele se instala, porque onde há potencial econômico surgem vilas e cidades, estados se dividem em municípios e, se a corrupção, doença hereditária da humanidade, não consumir completamente com os impostos nasce civilização onde antes só havia selva.
  

Mesmo pequena e embaçada como é, essa foto conta histórias! Deve ter sido no primeiro ou no segundo ano, ou seja, 1922 ou 1923 quando as grandes derrubadas eram queimadas para o plantio do café. Áreas medidas em quilometro quadrados, cobertos por galhos secos, copas picadas das grandes árvores, troncos caídos com mais de um metro de diâmetro, emaranhado de cipós e o chão coberto por folhas secas. A queimada era organizada ao meio dia do dia marcado no mês de agosto, um acontecimento aguardado com ansiedade e executado com muito alvoroço, pois muita coisa dependia dessas duas ou três horas apocalípticas. O fogo era colocado contra o vento em duas linhas por quantas pessoas tivessem disponíveis. Ele se encerrava por volta de uma hora mais tarde no centro da segunda linha onde era imprescindível garantir a retirada das pessoas. O perímetro era isolado por um aceiro, faixa de terra limpa de aproximadamente 20 metros de largura, que impedia a fuga do fogo para a mata ou cultura vizinha. Se o vento se comportava de forma normal tudo corria bem, se ele virasse cedo de mais em outra direção então era o inferno. Se a derrubada fosse bem feita, no tempo certo, sem muita chuva, com solo úmido, mas galhadas secas, o pai ficava satisfeito porque pouco húmus era consumido pelo fogo e a roça ficava mais limpa. Então a implantação da lavoura, o alinhamento das covas, o arruamento, tudo perfeitamente no esquadro podiam ser concluídos sem pressa... Na foto meu irmão Hans e eu estamos colocando fogo, ao meu lado o pai com chapéu de feltro, na frente o fiscal observa, pois já organizou sua turma e ao fundo nossa governanta Mina com sua saia longa e avental...”


Os cafezais produziam à partir do terceiro ano até alcançarem trinta anos de idade. Esse é então o intervalo de tempo que vamos considerar para o registro de mudanças substanciais na situação geral e nas construções da fazenda. A partir de um desenho feito pelo topógrafo Walter Schiller em 1959 e de uma foto aérea posterior a essa data podemos reconstituir o mapa da Fazenda Suissa entre 1925 e 1955 conforme desenho abaixo.





2 comentários:

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