1.Fazenda
Suissa 1925 a 1955 (9)
1.5
Saúde, Educação e Lazer (3)
Lazer:
Na colônia Santa Luzia tinha um campo de futebol
grande onde todo sábado havia jogo. Ali também aconteciam as festas tal como
descreve Max Wirth Junior em suas memórias:
“Festa na colônia: eis a inauguração festiva de uma das
colônias com aproximadamente 20 casas duplas construídas em madeira sobre
alicerce de alvenaria. Chegava gente à pé, à cavalo, de carroça e carro,
foguetes subiam ao céu, bombinhas estouravam, bandeirolas esvoaçavam e jorrava
espuma de cerveja quente das garrafas.
A sensação da festa era o boi no espeto! O churrasco é
essencial para qualquer festa, carne à vontade para todos, o quanto cada um
puder comer...O boi assado inteiro, a carne sendo cortada em lascas finas, oferecia
especial satisfação aos olhos e ao olfato. Era o ano de1925 ou 26. O pessoal em
trajes domingueiros, todos de chapéu, alguns de gravata, se vestiam com
formalidade em sinal de respeito.”
Nos anos de 1940 a região de Guaimbê foi eletrificada.
Com a vinda dessa nova fonte de energia as máquinas à vapor ficaram obsoletas.
A sala da caldeira no final da linha de galpões destinados ao armazenamento e
beneficiamento de café passou a abrigar o cinema. Todo sábado o ônibus Pássaro Amarelo trazia 4 grandes
rolos de filme que eram apresentados depois do anoitecer.
Mas havia também os saraus dos suíços. Eles cantavam
uma espécie de música suíça caipira chamada “Jodel” conforme relata Max Wirth
Junior.
“ Na foto vemos a Família Farner, o pai, a mãe, Elsa,
Amalie, Emma e Konrad...Não demorou muito para que a filha mais velha, Emma,
viesse trabalhar em nossa casa pois já sabia cozinhar. Ela aprendeu culinária
com a mãe e canto com o pai que cantava no coral masculino de Stammheim (Suíça) onde tocava
um restaurante que chegou à beirar a falência, razão pela qual preferiu emigrar
com a família para o Brasil. Quem gosta de cantar deve ter sentimentos e um
pendor para o devaneio, e quando a vontade de fugir e o romantismo se misturam,
emigrar surge como uma solução... Às vezes os Farner nos visitavam em casa, aí
sempre cantávamos todos juntos. Ernst Loosli, o mais importante jovem
colaborador de meu pai, sabia cantar o Jodel sem inibição com voz forte
conforme a tradição dos Alpes Berneses.
Juntamente com o timbre soprano de Emma, ou mesmo à
três vozes afinadas, entoavam canções comoventes que soavam pela noite
estrelada afora. Quando eram acompanhadas por Walter Schiller ao acordeom aí já
havíamos um concerto respeitável de coral, cheio de emoções e após derramarmos
algumas lágrimas saudosas o sarau se encerrava com o “evergreen” “Sah ein Knab
ein Röslein stehn” ou o alegre ¨Dur’s Toggeburg uf und s’Toggeburg ab”. O canto
pode construir pontes, até mesmo unir corações ou embelezar um acaso
conveniente. Seja lá como for a cantoria ao luar teve efeito pois as três
filhas dos Farner se casaram seguidamente: Emma com Loosli, Amalie com Schiller
e Elsa com Meier.”
Elisabeth Loosli Massarollo, filha caçula de Ernst e
Ema Loosli, relata que na escola havia também aulas de dança. As professoras
ensinavam a valsa, o xote e a marcha. Havia uma vitrola que funcionava quando
se dava corda para tocar os discos de vinil.
Elisabeth está no centro da foto ao lado de sua irmã
mais velha Lily e dos irmãos Fritz e Ernst. Ao fundo o secador e a moega...
Com tanta música na Fazenda Suissa não é de se estranhar que Elisabeth veio à se casar com Celso Massarollo, um verdadeiro pé-de-valsa...
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