domingo, 17 de janeiro de 2016

2.Fazenda Suissa 1955 a 1985 (1)

2.1 Transição para uma Nova Era
O pioneiro Max Wirth morou na Fazenda Suissa de 1922 até 1935, quando se mudou com a esposa Dona Emília para a Fazenda Paredão em Oriente. À partir de 1941 ele se dedicou à fundação da cidade de Osvaldo Cruz e à abertura de novas fazendas. Os filhos, depois de completarem seus respectivos estudos, retornaram um após o outro ao Brasil, vindo sempre à morar primeiramente na Fazenda Suissa. 


Max Wirth Junior descreve os anos que se seguiram em sua crônica:
“Nesse meio tempo todos os filhos residentes no Brasil já haviam assumido suas próprias fazendas. Os demais bens da família formavam um conglomerado complexo composto por nove fazendas, uma indústria de óleo e diversas participações societárias que só pode ser bem administrado porque nosso pai, os irmãos e parentes sempre priorizaram a razão e a solidariedade apesar das diferenças de temperamentos.
No dia 31 de dezembro de 1952 Max Wirth faleceu em Santos vítima de infarto. Após sua morte o conglomerado continuou sendo administrado em forma de condomínio por Peter Wirth e os senhores Oscar Tanner, João Guerra e Hans Benz no mesmo estilo de solidariedade por mais 10 anos.”   

Os sucessores: Transformação da Paisagem
Com a dissolução do Espólio Max Wirth a fazenda foi dividida em duas: a metade norte com a velha sede que continuou sendo Fazenda Suissa ficou para o filho Hans Peter Wirth, por todos chamado de Dr. Pedro, e a metade sul que recebeu o novo nome de Fazenda Sabiá ficou para a filha Verena e seu marido Johann Viktor Baumgarner que chamavam de Dr. João.

Os cunhados se entendiam muito bem por serem ambos engenheiros agrônomos formados na Suíça.




Os cafezais, já contando 30 anos de existência, tinham de ser renovados.  O sistema rigorosamente ortogonal sem respeitar a topografia no qual foram implantados gerou muita erosão. O leito dos carreadores por onde transitavam os carroções e tratores estava fundo pelo desgaste das enxurradas. Em 1946 quando Dr. Pedro voltou recém-formado da Suíça recomendou ao seu pai de plantar as novas lavouras em curva de nível. O velho Max respondeu: “Lavoura reta é objetiva, fácil de administrar; lavoura em curva custa mais e quem quiser implantá-la que pague do próprio bolso” Portanto quando assumiram as lavouras da velha Fazenda Suissa os cunhados concordaram que tinha chegado a hora de mudar. Pedro iniciou novas lavouras de café em curva de nível e João substituiu o café por pastagens nesse mesmo sistema. Ambos reflorestaram grande parte da fazenda com eucaliptos e pinus, deixando para trás a era de pura exploração para inaugurar a era de conservação e melhoria do solo.  O mapa à seguir, desenhado por Walter Schiller em 1959, mostra a divisão da fazenda já com indícios das curvas de nível no traçado das estradas.



2.2 As Fontes

Para nos relatar sobre essa nova era contamos com dois moradores antigos de ambas as fazendas.


Olavo Arantes Júnior nasceu em 1951 na Fazenda Suissa, colônia São José, sendo um dos doze filhos do fiscal geral Sr. Olavo Arantes. Aqui morou até a maioridade quando foi para São Paulo trabalhar como bancário. Já nos anos 1990 adquiriu uma parte da Fazenda Suissa ao qual deu o nome de Fazenda 1º de Maio.












 
José da Cruz, filho do Sr. Otacílio jardineiro e velho companheiro do Dr. João, veio morar na Fazenda Sabiá em 1968, mesmo ano da chegada do segundo administrador. Essa data coincide com o final da construção da sede. Recentemente se aposentou e mudou para a cidade após 40 anos vividos na Fazenda Sabiá.













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