domingo, 10 de janeiro de 2016

1.Fazenda Suissa 1925 a 1955 (12)

1.6 Moradias (3)
As primeiras moradias da Fazenda Suissa foram construídas com madeira proveniente das derrubadas, desde a casa do patrão, as casas dos funcionários de primeiro escalão, até as casas geminadas dos colonos. Algumas tinham fundações de alvenaria e outras de estacas de aroeira.
Variava, porém o grau de acabamento que conferia maior ou menor conforto ao morador, de modo que as mais confortáveis como, por exemplo, a primeira casa sede tinham janelas com vidros e venezianas, ambientes internos forrados e portas com fechaduras no lugar das tramelas, diferentemente das casas dos colonos desprovidas destes detalhes. Mas todos almejavam morar em casa de alvenaria com banheiro interno e acabamento refinado. À seguir estão relacionadas as moradias dessa categoria. As velhas casas de madeira eram consideradas atraso de vida por isso hoje não resta mais nem uma única sequer na Fazenda Suissa.

A Casa dos Administradores

O departamento de pessoal era estruturado conforme uma rígida hierarquia. O gerente geral Ernst Loosli comandava os administradores de diferentes setores e abaixo deles havia o fiscal geral que supervisionava o serviço braçal, os profissionais da construção, mecânico, maquinista e guarda-livros. Max Morel ( na foto à direita de Walter Schiller), Leôncio Bannwart e Rodolfo Wild foram os administradores que moraram na casa próxima da família Loosli no alto da colina. Entre as duas casas havia uma construção comprida apelidada de Zeppelin que abrigava os tratores, o carro Ford e terminava no paiol de milho. 


 A Casa dos Administradores tem 3 quartos pequenos, 2 quartos grandes, sala, copa, cozinha,  despensa e banheiro.  A forma do telhado lembra um pouco a tradição das construções rurais do cantão de Berna na Suíça. Junto à casa, sob a alameda de mangueiras da estrada, havia um campo de bocha muito frequentado aos fins de semana.




Duas gerações da família Schiller moraram na Fazenda Suissa. Primeiro o engenheiro Walter (na foto à esquerda de Max Morel com sua esposa Amália e filhos moraram na Casa-Sede de madeira. Ele trabalhou alguns anos como administrador e agrimensor na Fazenda Suissa e, após adquirir o Sítio Cana Verde em Lucélia, passou a prestar serviços de topografia além de cuidar das lavouras e do alambique de seu sítio. Com saudades a comunidade suíça se lembra dele, o grande acordeonista que embalava o baile e acompanhava a cantoria a beira da fogueira nas festas de 1º de agosto, dia em que se comemora a independência da Suíça


Muitos anos depois o filho Walter Schiller Junior, veterinário, morou na Casa dos Administradores e fez uma reforma onde acrescentou um anexo com mais 2 quartos, banheiro, área de serviços e garagem. Esse anexo curiosamente foi construído de forma à obstruir a estrada do alto da colina e inutilizar o campo de bocha.

A Casa do Serrador


Ao lado da Casa dos Administradores tem uma casa um pouco estranha. O telhado pontudo de quatro águas e os puxados laterais remete ao mundo dos ogros ou das fadas. 
Nela morava a família de Albino Kursel que tocava a serraria, pessoa chave para o bom funcionamento da fazenda. 
A casa tem três quartos, sala, copa, cozinha, banheiro e uma varanda de serviços.










A Casa do Guarda-Livros e Vespário



 Os guarda-livros sempre moraram na casa ao lado do escritório velho. O primeiro foi Willy Schmidt, depois seguiram Mauro Ebner e Frederico Kremper, Walter Beck e Natal Polizato.

  
Dona Terezinha, a esposa de Frederico Kremper, cuidava do vespário, Uma das primeiras pragas que se instalou nos cafezais foi a broca. Como não havia fácil acesso à defensivos químicos a broca era combatida com seu inimigo natural, as vespas.  Elas eram criadas numa pequena construção ao lado do terreiro, domínio de Dona Terezinha.


A Casa do Fiscal

Quem chegava na Fazenda Suissa se deparava primeiro com a Casa do Fiscal onde era o ponto do ônibus Pássaro Amarelo. O Sr. Olavo Arantes criou seus filhos nessa casa, sempre trabalhando como fiscal geral.

A Casa do Fiscal fica ao lado da escola e da farmácia. Ela tinha 3 quartos, sala, copa, cozinha, despensa e uma cozinha externa junto ao banheiro num anexo. 
Posteriormente esta casa passou por uma reforma, sendo anexada ao conjunto da escola e da farmácia.


O Fim de uma Era

Max Wirth faleceu no último dia do ano de 1952. Junto com ele a Fazenda Suissa encerrou sua fase de desmatamento, consolidação dos cafezais e colonização.
Centenas de imigrantes ajudaram nessa tarefa. Primeiramente Max Wirth trouxe seus compatriotas da Suíça, depois seguiram espanhóis e italianos. No início da década de 1930 a Fazenda Suissa firmou contratos de trabalho com o governo japonês. Assim diversas famílias japonesas vieram somar esforços e iniciar uma nova vida no Brasil.

A aquarela de Takaoka é um presente para a família Wirth de Noda Guenko, fazendeiro do município de Getulina, que acompanhou a delegação do príncipe do Japão em sua visita à Fazenda Suissa em1957. Nessa ocasião os contratos já haviam terminado, mas permaneceu o vínculo de admiração e respeito mútuo entre japoneses e suíços. 



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