2.Fazenda Suissa e Fazenda Sabiá 1955 a 1985 (2)
2.3 O
Sertãozinho
No período do condomínio após o falecimento do
patriarca, o gerente geral da Fazenda Suissa, Ernst Loosli, se aposentou e foi
cuidar de sua propriedade próxima ao perímetro urbano de Guaimbê.
Seu sucessor Ernesto Öhninger era um jovem técnico
agrícola crescido e formado nos pomares de macieiras, pereiras e pessegueiros
do Cantão de Thurgau na Suíça. Coube a ele a renovação e os cuidados das
novas lavouras de café em curva de nível, além de iniciar os reflorestamentos
de pinus e eucaliptos. Porém primeiro ele pode saborear um pouquinho a aventura
de desbravar terras intocadas pelo homem branco.
Havia no canto oeste da
fazenda um resto de mata virgem chamado Sertãozinho que logo mais passaria a
fazer parte da Fazenda Sabiá. O mapa abaixo ilustra a Fazenda Suissa já com as
reformas implantadas nos anos que se seguiram pelo filho Dr.Pedro e pelo genro
Dr.João, ambos engenheiros agrônomos sucessores de Max Wirth.
Em 1957 Hans Peter Wirth (Dr. Pedro) que encabeçava o
condomínio arrendou o Sertãozinho ao Sr. Koishi Tokuda e sua
família para derrubar parte da mata e plantar algodão durante 2 ou 3 anos, sob a
orientação do administrador Ernesto
Öhninger.
Conforme nos conta seu filho Sr. Minoru Tokuda antes
de se estabelecer na Fazenda Suissa a família havia tentado a sorte em diversos municípios do Oeste Paulista como Nova Europa, Itápolis, Jales e Araraquara.
O casal Tokuda tinha 4 filhos homens que
ajudavam na roça e uma filha já casada que morava em Pompéia. Após a derrubada a família montou uma casa de madeira, plantou algodão e cultivou uma roça
para subsistência. Seu meio de transporte era um carroção puxado por diversas
juntas de burros com o qual sempre vinham até a sede conversar com Sr. Ernesto
e se abastecer no armazém da fazenda.
2.4 Fazenda
Sabiá (1): As Moradias
Mansão
Ventania
Johann Viktor Baumgartner (Dr.João) assumiu sua parte
da Fazenda Suissa e deu-lhe o nome de Fazenda Sabiá. Contratou Paul Ackermann
um administrador suíço que todos chamavam de Paulão. Ofereceram-lhe uma moradia
confortável na antiga sede, mas Paulão resolveu construir sua própria casa de
madeira no meio das colinas descampadas da Sabiá onde haviam arrancado o velho
cafezal e plantado gramão para a formação de pastagem. Assim estaria mais
próximo do serviço. O vento castigava sua nova casa sem piedade por isso Paulão
plantou uma figueira nos fundos e deu o pomposo nome de “Villa Durchzug”,
Mansão Ventania livremente traduzido, ao seu novo lar.
A
Sede Nova
Na Fazenda Sabiá já havia três colônias onde os
trabalhadores moravam em casas geminadas muito simples. A colônia principal, Santa Maria,
hoje ainda está bem preservada e as outras duas, São José e Jiquiri, desapareceram
só restando poucos vestígios.
Faltavam, no entanto casas confortáveis para os
colaboradores mais qualificados como mecânico, tratorista e escrivão. No início
da década de 1960 Dr. João contratou o escritório de arquitetura Pestallozzi de
São Paulo para elaborar o projeto dessa nova sede planejada para ficar ao lado da Mansão Ventania. O
arquiteto e seu irmão artista vieram para o interior num carro Aero Willis
modernoso, ficaram por alguns dias na casa do Dr.João e Dona Verena. Enquanto o
arquiteto debatia as diretrizes do projeto com os proprietários o irmão pintou
o retrato que hoje está no escritório da fazenda. O resultado dessa visita foi
um conjunto de 6 casas com telhados de fibrocimento de uma água e pequeno
alpendre na frente.
As casas tinham 2 quartos, sala, cozinha, banheiro e
área de serviços com dimensões generosas e a leveza característica da
arquitetura modernista da época. Fugindo da tradição colonialista onde as casas
padrão eram alinhadas ao longo de uma rua o arquiteto optou por agrupá-las aos
pares deixando um gramado central. Cada casa tem seu quintal com pomar, galinheiro
e pocilga no fundo – enfim uma sede modelo moderna!
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