segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

2.Fazenda Suissa e Fazenda Sabiá 1955 a 1985 (2)

2.3 O Sertãozinho
No período do condomínio após o falecimento do patriarca, o gerente geral da Fazenda Suissa, Ernst Loosli, se aposentou e foi cuidar de sua propriedade próxima ao perímetro urbano de Guaimbê.

Seu sucessor Ernesto Öhninger era um jovem técnico agrícola crescido e formado nos pomares de macieiras, pereiras e pessegueiros do Cantão de Thurgau na Suíça. Coube a ele a renovação e os cuidados das novas lavouras de café em curva de nível, além de iniciar os reflorestamentos de pinus e eucaliptos. Porém primeiro ele pode saborear um pouquinho a aventura de desbravar terras intocadas pelo homem branco. 
Havia no canto oeste da fazenda um resto de mata virgem chamado Sertãozinho que logo mais passaria a fazer parte da Fazenda Sabiá. O mapa abaixo ilustra a Fazenda Suissa já com as reformas implantadas nos anos que se seguiram pelo filho Dr.Pedro e pelo genro Dr.João, ambos engenheiros agrônomos sucessores de Max Wirth.


Em 1957 Hans Peter Wirth (Dr. Pedro) que encabeçava o condomínio arrendou o Sertãozinho ao Sr. Koishi Tokuda e sua família para derrubar parte da mata e plantar algodão durante 2 ou 3 anos, sob a orientação  do administrador Ernesto Öhninger.




Conforme nos conta seu filho Sr. Minoru Tokuda antes de se estabelecer na Fazenda Suissa a família havia tentado a sorte em diversos municípios do Oeste Paulista como Nova Europa, Itápolis, Jales e Araraquara. 
O casal Tokuda tinha 4 filhos homens que ajudavam na roça e uma filha já casada que morava em Pompéia. Após a derrubada a família montou uma casa de madeira, plantou algodão e cultivou uma roça para subsistência. Seu meio de transporte era um carroção puxado por diversas juntas de burros com o qual sempre vinham até a sede conversar com Sr. Ernesto e se abastecer no armazém da fazenda.



2.4 Fazenda Sabiá (1): As Moradias

Mansão Ventania

Johann Viktor Baumgartner (Dr.João) assumiu sua parte da Fazenda Suissa e deu-lhe o nome de Fazenda Sabiá. Contratou Paul Ackermann um administrador suíço que todos chamavam de Paulão. Ofereceram-lhe uma moradia confortável na antiga sede, mas Paulão resolveu construir sua própria casa de madeira no meio das colinas descampadas da Sabiá onde haviam arrancado o velho cafezal e plantado gramão para a formação de pastagem. Assim estaria mais próximo do serviço. O vento castigava sua nova casa sem piedade por isso Paulão plantou uma figueira nos fundos e deu o pomposo nome de “Villa Durchzug”, Mansão Ventania livremente traduzido, ao seu novo lar.



A Sede Nova

Na Fazenda Sabiá já havia três colônias onde os trabalhadores moravam em casas geminadas muito simples. A colônia principal, Santa Maria, hoje ainda está bem preservada e as outras duas, São José e Jiquiri, desapareceram só restando poucos vestígios.

Faltavam, no entanto casas confortáveis para os colaboradores mais qualificados como mecânico, tratorista e escrivão. No início da década de 1960 Dr. João contratou o escritório de arquitetura Pestallozzi de São Paulo para elaborar o projeto dessa nova sede planejada para ficar ao lado da Mansão Ventania. O arquiteto e seu irmão artista vieram para o interior num carro Aero Willis modernoso, ficaram por alguns dias na casa do Dr.João e Dona Verena. Enquanto o arquiteto debatia as diretrizes do projeto com os proprietários o irmão pintou o retrato que hoje está no escritório da fazenda. O resultado dessa visita foi um conjunto de 6 casas com telhados de fibrocimento de uma água e pequeno alpendre na frente.


As casas tinham 2 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviços com dimensões generosas e a leveza característica da arquitetura modernista da época. Fugindo da tradição colonialista onde as casas padrão eram alinhadas ao longo de uma rua o arquiteto optou por agrupá-las aos pares deixando um gramado central. Cada casa tem seu quintal com pomar, galinheiro e pocilga no fundo – enfim uma sede modelo moderna!





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