1.Fazenda Suissa 1925 a 1955 (1)
1.1 Nossas Fontes
Em 1922 iniciou a derrubada da mata e a formação dos cafezais. Por volta
de 1925 essa etapa estava concluída com 1.200.000 pés de café em início de
produção. Ao mesmo tempo foi implantada a infraestrutura necessária ao
funcionamento da empresa. Foi construída a sede, as colônias, estradas de
acesso, abastecimento de água e energia.
A partir das construções da sede podemos imaginar como se desenrolava o
cotidiano dos moradores da fazenda, mas a imaginação deixa muita margem à
imprecisão.
Consultamos então os irmãos Fritz e Ernst Loosli, filhos do primeiro
gerente geral e procurador do fundador, ambos nascidos na fazenda.
Max Wirth
Junior (1913 – 1991), filho do fundador, deixou suas memórias anotadas em
alemão, sua língua materna. Ele passou a infância na Fazenda Suissa e comenta
com muito humor e precisão as fotos que ilustram sua crônica.
Max Wirth
Junior foi padrinho de batismo de Fritz Loosli.
1.2 A Implantação
Max Wirth
Junior escreve:
Mesmo pequena
e embaçada como é, essa foto conta histórias! Deve ter sido no primeiro ou no
segundo ano, ou seja, 1922 ou 1923 quando as grandes derrubadas eram queimadas
para o plantio do café. Áreas medidas em quilometro quadrados, cobertos por
galhos secos, copas picadas das grandes árvores, troncos caídos com mais de um
metro de diâmetro, emaranhado de cipós e o chão coberto por folhas secas. A
queimada era organizada ao meio dia do dia marcado no mês de agosto, um
acontecimento aguardado com ansiedade e executado com muito alvoroço, pois
muita coisa dependia dessas duas ou três horas apocalípticas. O fogo era
colocado contra o vento em duas linhas por quantas pessoas tivessem disponíveis.
Ele se encerrava por volta de uma hora mais tarde no centro da segunda linha
onde era imprescindível garantir a retirada das pessoas. O perímetro era
isolado por um aceiro, faixa de terra limpa de aproximadamente 20 metros de
largura, que impedia a fuga do fogo para a mata ou cultura vizinha. Se o vento
se comportava de forma normal tudo corria bem, se ele virasse cedo de mais em
outra direção então era o inferno. Se a derrubada fosse bem feita, no tempo
certo, sem muita chuva, com solo úmido, mas galhadas secas, o pai ficava
satisfeito porque pouco húmus era consumido pelo fogo e a roça ficava mais
limpa. Então a implantação da lavoura, o alinhamento das covas, o arruamento,
tudo perfeitamente no esquadro podiam ser concluídos sem pressa... Na foto meu irmão
Hans e eu estamos colocando fogo, ao meu lado o pai com chapéu de feltro, na
frente o fiscal observa, pois já organizou sua turma e ao fundo nossa
governanta Mina com sua saia longa e avental...”
Os cafezais
produziam à partir do terceiro ano até alcançarem trinta anos de idade. Esse é
então o intervalo de tempo que vamos considerar para o registro de mudanças
substanciais na situação geral e nas construções da fazenda. A partir de um desenho
feito pelo topógrafo Walter Schiller em 1959 e de uma foto aérea posterior a
essa data podemos reconstituir o mapa da Fazenda Suissa entre 1925 e 1955
conforme desenho abaixo.
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