1.Fazenda Suissa 1925 a 1955 (3)
1.3 Instalações de Secagem, Armazenamento e
Beneficiamento de Café (2)
O Secador
O
secador sem dúvida sempre foi e continua sendo a construção mais imponente da
Fazenda Suissa. É um bloco de aparência compacta com 15m de largura, 20m de
comprimento e 15m de altura, sem contar a torre central de elevadores que
acrescenta um volume de 8m à altura da cumeeira. Ao nível do terreiro ele
abriga os tambores de secagem e elevadores que transportam o café da moega para
as tulhas de descanso que preenchem todo o espaço superior.
A foto abaixo mostra
o secador durante a montagem do revestimento de tábuas das fachadas com a
cobertura com chapas de cimento amianto, material ultramoderno para a época, já
pronta.
A Tulha
As
paredes de alvenaria revestem e protegem contra as intempéries os dez
compartimentos de madeira onde se guardava o café em coco, o ouro verde. Essas
tulhas eram abastecidas por cima através de vagonetas cujos trilhos vinham
diretamente do terreiro. Elas corriam sobre uma ponte vazada dentro do telhado
e eram emborcadas para despejar o café entre os vãos do piso da ponte.
No
fundo das tulhas há uma vala larga guarnecida com uma esteira que leva o café
até a máquina de beneficiamento
Todos os anos um
Corujão-de-Igreja (Suindara) cria seus filhotes dentro de uma vagoneta. A noite
ele vai até o alto do secador, abre as grandes asas brancas e sobrevoa nossas
casas em busca de alimento soltando aquele piado curto, tic-tic-tic-tic. Mas
tem uma jiboia bastante velha que mora na tulha e, quando a coruja mãe se descuida,
ela às vezes consegue devorar um filhote de Suindara – que banquete!
1.Fazenda Suissa 1925 a 1955 (2)
1.3 Instalações de Secagem, Armazenamento e Beneficiamento de Café (1)
Conforme mostra o desenho abaixo desde 1925 muitas
construções, principalmente casas, desapareceram enquanto outras foram
acrescentadas na Sede Operacional da Fazenda Suissa.
Porém ainda se nota a grandeza do empreendimento
essencialmente nas instalações para o café.
Terreiro:
O terreiro é plano e mede 100m por 136m. Tem um aterro
de mais de 8 metros no ponto mais alto na face norte e um corte de 4 metros no
ponto mais baixo na face sul. Se imaginarmos que essa terraplanagem foi feita
manualmente, apenas com ajuda de enxadões, pás, carrinhos e carroças, impressiona
a grandeza da tarefa tão bem executada apesar dos meios precários.
O terreiro tem um leve declive para o escoamento das
águas da chuva e um sistema de drenagem junto às muretas das quadras. No centro
delas há uma linha de trilhos para as vagonetas que recolhem o café do terreiro
até o secador e as tulhas. No lado de cima, onde foi feito o corte no terreno
há uma galeria de água profunda com 60 cm de largura que deságua num túnel na
mata além da Casa do Guarda-Livros. Antigamente percorrer esse túnel fazia parte
das aventuras e provas de coragem da criançada. Depois virou lenda e dizem até
hoje que há um túnel que vai do casarão até a mata por onde o patrão podia
fugir em caso de emergência. A lenda nunca foi desmentida, mas isso é outra
história...
As Tulhas Secadoras
As Tulhas Secadoras caíram em desuso com o
aprimoramento dos secadores mecânicos.
Por isso há muito tempo deixaram de existir na Fazenda Suissa, mas
constam das fotos antigas do álbum de Fritz e Ernst Loosli.
Para conhecer melhor o funcionamento dessa construção
fomos visitar a Fazenda Monte Bello em Ri-beirão Claro, uma fazenda centenária
cujas instalações para café estão impecavelmente bem preserva-das e formam um
conjunto muito bonito e interessante conforme se pode observar nas fotos a
seguir.
A tulha tem estrutura de madeira sobre pilares de
alvenaria e fechamento de tábuas. Cantoneiras de tábuas atravessam a tulha de
um lado ao outro aparecendo nas fachadas laterais como centenas de triângulos
por onde circula o ar para a secagem do café estocado no interior. O
abastecimento da tulha se faz pelo oitão e a descarga pelas comportas no fundo.