3.6
Fazenda Suissa (1985-2015) 3
Produção
de Carvão e Pecuária
Conforme a infestação de nematódeo se espalhava pelos
cafezais os talhões foram gradualmente sendo substituídos por pastagens, seringais
ou reflorestamentos de pinus e eucalipto. Para processar a madeira Sr.Geraldo abriu
uma serraria em providenciou a construção de fornos de carvão com o objetivo de
manter empregos das famílias que moravam na Fazenda Suissa. A tarefa do
carvoeiro, além de encher e esvaziar os fornos, é ficar atento ao cozimento da
madeira regulando a entrada de ar. Os funcionários habituados à lida do café
enchiam os fornos, iniciavam a carbonização com um fogo brando e, acreditando
que a missão estivesse cumprida, iam descansar ou fazer compras na cidade.
Assim acontecia com freqüência que o conteúdo dos fornos era incinerado sem
deixar sequer um tição.
Para corrigir essa situação Sr. Geraldo pediu ao seu
filho Renato Spiller para chefiar esse novo setor e contratou o Beto, um
profissional de carvoaria, que iniciou sua tarefa construindo logo mais meia
dúzia de fornos. Onde antes trabalhavam 6 pessoas com 6 fornos Beto passou à
cuidar sozinho de 12 fornos sem a menor correria e ainda sobrava tempo para
freqüentar o bar da cidade. Renato comercializava o carvão em Marília. Seu
produto ganhou fama nas churrascarias pela boa qualidade e prontidão na
entrega. Para isso ele contava também com uma equipe de três empacotadores encabeçada
por José Roberto da Silva filho mais velho de Cyrso Francisco da Silva, também conhecido
como Cafuringa.
Reforma
do Grande Galpão da Leiteria
Paralelamente ao carvão a pecuária ganhou importância
na fazenda. Esse setor foi chefiado por Cícero Sena de 1982 até 1990. Havia o
rebanho de gado nelore para corte e o gado de leite com muitas vacas mestiças da
raça parda suíça. Já na década de 1980 foi requisitado o registro PC (puro por
cruza) de algumas delas na associação, iniciando assim uma rigorosa seleção. Após
6 anos a Fazenda Suissa tinha o segundo maior rebanho de gado pardo-suíço
registrado e alcançou 1500 litros de produção diária com 120 vacas em lactação.
Cafuringa fazia parte da equipe da leiteria e sempre cuidava do gado durante as
exposições onde por diversas vezes conquistou o prêmio de melhor tratador, pois
era muito comunicativo e sempre prestativo.
A leiteria funcionava num grande galpão projetado e
construído por Erwin Mathys à pedido de Dr. Pedro em 1972. Para garantir o
perfeito funcionamento da leiteria foram construídas no final da década de1980
mais duas casas onde passaram à morar as famílias de Cafuringa e Sr. Sebastião
Barbosa. No início as vacas eram ordenhadas com o bezerro ao pé, sistema no
qual não há um bom controle da alimentação dos bezerros. Em conseqüência eles
ficavam fracos, muitos pegavam pneumonia e se optou por transferir todo o gado
jovem para a sede. Com a eliminação do bezerreiro a sala de ordenha foi
ampliada e uma grande plataforma de alimentação foi construída no miolo do
galpão. Entre as duas filas de cochos passava o carro de boi distribuindo a
silagem ou o capim napier picado com fartura, pois a vaca regula pela boca o
leite que soltará durante a ordenha.
Galpões de Recria
Na sede foi então construído um conjunto de quatro galpões
tanto para a recria de tourinhos como para os cuidados com os bezerros, criados
longe das mães a fim de aperfeiçoar a ordenha sem castigar os pequeninos.
Os encaixes em estruturas com madeira roliça são
difíceis para executar pela falta de padronização dos diâmetros. Por isso Mestre
Mathys, conhecedor dessas limitações, projetou somente cortes simples,
parafusos passantes e cunhas nos pontos de transmissão das forças como mostra a foto do
apoio dos pés direitos e dos pontaletes do lanternim .
O Curral
Em 1997 Sr. Geraldo resolveu contratar a mais
conceituada empresa de consultoria em pecuária de Piracicaba - a Boviplan. Os
sócios Ricardo Burgi e Manfred Folz elaboraram um plano de gestão e escolheram
jovens recém-formados para executá-lo. Entre outras coisas eles propuseram a
construção de um curral onde os animais sofrem menos estresse durante o manejo
por conta da seringa em curva conforme mostra a planta a seguir.